
Nas ruas tristes da cidade
Sem nome, sem cara, sem idade
A vejo caída, sem graça, desnuda
É chamada ‘A Velha da Rua’
Come do lixo, dalguma podre sobra
Não vale nada, pois nada cobra
‘Sai do meio – lhe gritam – vagabunda’
‘Esse tipo de ‘merda’ aqui abunda’
Sou eu como esse nojento néscio
Estará meu coração emacio
Onde o mundo já não me importa
Preferindo ver a Velha morta?
Lá está a ‘Velha da Rua’, só e sem vida
Há três dias jaz, a carne fedida
Sem nenhuma lágrima derramada
Sem tumba, sem dores, sem nada