terça-feira, 8 de abril de 2008

A Velha da Rua




Nas ruas tristes da cidade
Sem nome, sem cara, sem idade
A vejo caída, sem graça, desnuda
É chamada ‘A Velha da Rua’

Come do lixo, dalguma podre sobra
Não vale nada, pois nada cobra
‘Sai do meio – lhe gritam – vagabunda’
‘Esse tipo de ‘merda’ aqui abunda’

Sou eu como esse nojento néscio
Estará meu coração emacio
Onde o mundo já não me importa
Preferindo ver a Velha morta?

Lá está a ‘Velha da Rua’, só e sem vida
Há três dias jaz, a carne fedida
Sem nenhuma lágrima derramada
Sem tumba, sem dores, sem nada

2 comentários:

Anônimo disse...

Belíssima projeção do sofrimento e pobreza humana.Que convincentes, profundos esses versos!Interessante q o eu lírico usou 4 quartetos e 4 palavras no título; lembrei-me q o 4 é número par, logo teci longa interpretação q não cabe aqui,mas posso dizer-te q VOCÊ transmitiu o quanto a ¨pobreza¨de PARcerias faz falta para a dignidade humana.
EXCELENTE, ADOREI!!!
Maria Guidotti

Anônimo disse...

Um "tapa na cara" da sociedade! rsrsrs

Tô amando o blog! =)